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A ‘via verde’ resolve o problema das empresas?

Por: Amândio da Fonseca, Presidente do Grupo Egor

Egor: Jul 17, 2025

O protocolo da ‘via verde’ para a imigração, recentemente assinado pelo Governo e diversas organizações patronais, teve como principal objetivo normalizar a contratação de trabalhadores estrangeiros em sectores críticos da economia, como o turismo ou a agricultura, sem os quais Portugal, tal como muitos outros países desenvolvidos, sofreria graves problemas económicos e alimentares.

Para além do principal objetivo, o protocolo procura afastar-se da imagem de caos organizativo e de um país que maltratava os trabalhadores imigrantes. A abordagem de temas migratórios reveste-se de grande melindre, na medida em que as tentativas dos imigrantes de se fixarem no espaço europeu constitui um ónus que quer os países emissores como os recetores se recusam a assumir.

O protocolo procura afastar-se da imagem de caos organizativo e de um país que maltratava os trabalhadores imigrantes

A cooperação entre países emissores e países tradicionalmente recetores migratórios constitui uma questão difícil de concretizar e um desafio que alguns países estarão em vias de resolver? Nos últimos anos surgiram parcerias entre empresas portuguesas e organizações tailandesas que podem constituir o embrião de modelos de cooperação e que possam tornar o mundo menos desigual.

Com a integração europeia, a agricultura portuguesa descobriu a cultura de frutos e vegetais que, embora não fizessem parte dos hábitos de consumo dos portugueses, se tornaram produtos de grande sucesso nos mercados internacionais. O crescimento dos negócios gerou a necessidade de recorrer a um número crescente de trabalhadores imigrantes, nomeadamente de imigrantes tailandeses. Para além das boas relações históricas com os naturais do antigo reino do Sião, a identidade camponesa dos ‘imigrantes thai’ fez com que, ao contrário de outras nacionalidades, os tailandeses regressassem ao seu país. Com o decorrer dos anos os tailandeses criaram organizações que selecionam, formam e tanto colocam trabalhadores agrícolas na costa alentejana como operadores na indústria petrolífera norueguesa ou técnicos de soldadura na Finlândia.

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