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Adaptar a economia a uma força de trabalho sénior: o que recomendam os especialistas em recrutamento?

Por: Amândio da Fonseca, Fundador e Presidente do Grupo Egor

Egor: Set 16, 2025

O envelhecimento da força de trabalho nas sociedades desenvolvidas constitui um dos problemas mais preocupantes das empresas e uma séria ameaça à manutenção dos índices de desenvolvimento das futuras gerações. Apesar do crescimento e prosperidade das economias e de os trabalhadores terem conquistado condições salariais e benefícios sociais nunca alcançados, os indicadores demográficos demonstram que, ao longo dos anos, os índices de natalidade baixaram em contraciclo com o crescimento económico. Para manter os níveis de crescimento, qualidade de vida e prosperidade, essas sociedades foram forçadas a recorrer à mão de obra imigrante.

Oriundos de comunidades deslocadas dos países de origem, assoladas pela fome, o desemprego e a carência das condições mais elementares de vida, os imigrantes garantem, devido aos elevados níveis de natalidade, a abundância e tipo de mão de obra necessárias para o trabalho duro que ninguém quer fazer. No entanto, estas sociedades necessitam, sobretudo, de jovens qualificados para substituir os técnicos e especialistas envelhecidos e garantir a supremacia técnica e económica das suas empresas. ‘Famintos’ deste tipo de imigrantes, os recrutadores percorrem as universidades onde sabem que é fácil, é barato e dá milhões aliciar os melhores alunos.

Portugal tornou-se uma das vítimas privilegiadas do brain drain organizado pelas grandes empresas multinacionais. Incapazes de competir com o prestígio, as condições e as oportunidades de carreira, as empresas portuguesas assistem impotentes ao êxodo anual de centenas de jovens, nos quais o sistema de educação investiu milhões de euros. A crise do envelhecimento, em Portugal, tem de ser o driver, para que os portugueses se libertem duma cultura de aurea mediocritas salazarista, entranhada no imaginário coletivo, e investir sem reticências na automação, na indústria, nos serviços e na agricultura. Há que desviar o foco do investimento nos recursos humanos para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa, onde existem jovens talentosos que só aguardam a oportunidade de se fixar em Portugal.

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